domingo, 2 de novembro de 2008

Porto cearense tem baixa avaliação

Os portos brasileiros, em geral, ainda estão distante de alcançar um nível de excelência. Os gargalos nestes equipamentos passam por dificuldades no acesso rodoviário, profundidade insuficiente do calado, má infra-estrutura de armazenagem, altas tarifas, entre outros obstáculos enumerados.

No Ceará, a situação não é diversa. Apesar de possuirmos um porto considerado moderno, o do Pecém, a estrutura portuária no Porto do Mucuripe ainda deixa muito a desejar, a ponto de ter sido considerado, em estudo recente, como deficiente, a pior entre as classificações utilizadas.

Ranking

A avaliação, feita pelo Centro de Estudos em Logística (CEL) — órgão pertencente ao instituto pós-graduação pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) —, colocou o porto de Fortaleza como o terceiro pior entre os 18 observados, ficando à frente apenas dos de Vitória e Salvador.

A nota, creditada por embarcadores das 500 maiores empresas exportadoras do País, ficou em 5,7, em um ranking de 0 a 10. A média nacional ficou em 6,3. De acordo com o estudo, o porto piorou exatamente entre os anos de 2005 e 2007.

De acordo com o diretor do CEL, Paulo Fleury, responsável pelo estudo, o Porto do Mucuripe encontra-se em um sério impasse estrutural: está inserido dentro da cidade de Fortaleza, um dos centros urbanos que mais crescem no País.

A conseqüência disso é que o porto encontra dificuldades no transporte terrestre, cujas mercadorias têm que enfrentar engarrafamentos e estradas em mau estado de manutenção para chegar ao destino.

´É um porto fadado a morrer, sofre constantemente com a ameaça de fechar. Quando o Pecém, que é um porto novo, crescer, o Mucuripe tende a ser substituído´, sentencia o pesquisador. Além deste problema, ele ainda ressalta o congestionamento no espaço, que não possui áreas suficientes de armazenamento de mercadorias.

Pecém

Apesar da importância que desempenha no comércio exterior no Ceará, sendo o principal ponto de escoamento das mercadorias exportadas, o Porto do Pecém não foi citado no estudo do CEL. De acordo com o professor Fleury, isso ocorreu porque, pelo fato de o terminal ser relativamente novo, apenas três das empresas pesquisadas citaram o complexo portuário, enquanto que a média de avaliações de cada porto ficou em cerca de 25 citações. (SS)

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