domingo, 2 de novembro de 2008

Pecém estima receber R$ 1,8 bi

Para garantir a expansão do porto para dar suporte à nova realidade econômica cearense que se anuncia, o Terminal Portuário do Pecém prevê investimentos pesados até 2014.

Neste período, deverão ser alocados recursos que superam os R$ 1,8 bilhão, e incluem obras de grande porte como a construção do Terminal de Múltiplo Uso (TMUT), do Terminal de Gás Natural (TGAN) e de píeres petroleiros para refinaria. Somente até 2010, espera-se que sejam investidos R$ 669,7 milhões, dos quais mais da metade irão para o TMUT.

O preço previsto da obra era de R$ 375 milhões, mas, no processo de licitação que se desenrola, o valor foi fechado em R$ 340 milhões.

A proposta de uma das empresas foi aprovada, mas as outras envolvidas entraram com recurso. A obra tem prazo de execução de 24 meses e investimentos provenientes do Tesouro Estadual e do banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Descarregador

O descarregador de carvão, orçado, R$ 50 milhões, deverá ser licitado até o fim do ano. Ele irá descarregar o carvão a ser utilizado pela termelétrica MPX, que já está em processo de instalação no Pecém. A tecnologia de descarregamento a ser utilizada está sendo estudada.

Outros três descarregadores também estão planejados para o Pecém. Ao todo, serão dois equipamentos novos para descarregar carvão e dois para minério. Entretanto, dois destes não estão programados nos investimentos até 2014.

Somente para a siderúrgica, o Pecém precisará movimentar 4700 toneladas/hora de carvão, chegando a seis mil toneladas/hora se acrescentada a demanda das termelétricas.

O porto já conta, desde o ano 2000, com dois descarregadores, que estão parados. Um deles é multi, ou seja, também pode ser utilizado para descarregar carga geral.

Bloco de utilidades

O Bloco de Utilidades e Serviços (BUS) é uma das obras de menor custo (R$ 3,6 milhões) entre as planejadas, mas vai resolver um gargalo que foi sendo criado com o aumento da movimentação do porto e a sua remodelação para uma realidade sem refinaria nem siderúrgica, que é a falta de estrutura para pessoas.

“O porto foi planejado para meia dúzia de pessoas, mas agora estamos construindo um prédio que dará este apoio. As obras começaram em agosto e levam oito meses”, informa o presidente da Cearáportos, Erasmo Pitombeira.

Berço para exportação

Até 2012, serão outros R$ 422 milhões, tendo como obra mais cara (R$ 102 milhões) a construção do berço para exportação de placas, que escoará a produção da siderúrgica. Depois, virão outros R$ 734 milhões, com destaque para a implantação dos dois píeres petroleiros da refinaria Premium II, que demandarão recursos de R$ 206 milhões.

Mas, e de onde virá tamanha soma de dinheiro? “Vai vir de algum canto. Se o governo demanda, ele terá como encontrar um meio de arcar.

Talvez venha o BNDES, ou talvez de PPPs [Parcerias Público-Privadas], nós estamos estudando isso”, afirma. (SS)

Escoamento é complicado

Do meio para o fim da semana, o quadro vem se repetindo. Uma enorme e indignada fila de caminhões se alastra pelo Porto do Pecém, com motoristas impacientes esperando a sua vez de descarregar a carga trazida de longe. Neste período da safra de frutas, torna-se evidente que o terminal já está extrapolando a sua capacidade de servir, de forma satisfatória, à exportação da fruticultura vinda do Interior e de vários outros Estados do Nordeste.

No pátio, os contêineres se amontoam, fazendo fileiras de cinco andares, empilhamento máximo por lá. A quantidade de frutas — o Pecém é o maior exportador destes produtos do País — a serem levadas ao exterior é tanta, que as 645 tomadas refrigeradoras de contêineres vão se tornando insuficientes. Outras 256 foram licitadas, mas só devem estar instaladas para a safra do ano que vem.

Estrutura x demanda

Mas este não é o único problema. Na verdade, as filas vão se formando por um outro motivo: a incapacidade do ´gate´ (portão de entrada) de despachar a demanda atual. “O gate não era pra isso, não estávamos preparados. Nós fomos colocando balanças, o porto foi operando de modo mais sólido, mas com deficiências. Estamos com um porto mais ou menos organizado. Mas quando tem carga pesada, tem esse problema no gate de entrada”, admite Pitombeira. A chegada de contêineres cresce numa velocidade mais rápida que a estrutura.

A demora na descarga preocupa o setor da fruticultura, que teme uma perda nos lucros com a negociação destes produtos perecíveis. Esta preocupação já havia sido antecipada pelo Diário do Nordeste desde abril último.

Mas o presidente da Cearáportos garante que a problemática será solucionada, mas somente para a safra próxima. A adaptação da entrada, projeto estimado em R$ 230 mil, já foi enviada à licitação, segundo afirma o executivo.

Além disso, já foram comprados três novos geradores a diesel, os chamados Power Packs, que possuem acopladas, cada um deles, 48 tomadas refrigeradoras para contêineres. O valor da compra foi de R$ 330 mil. Outras três geradores foram alugados para atender à demanda atual.

Também para agilizar a fiscalização da carga que sai e entra no porto, o Pecém contará com um scanner, aparelho que identifica a carga dos contêineres sem que seja preciso abri-los para inspecioná-los. O aparelho é orçado em R$ 7,5 bilhões, e já foi licitado pela Receita Federal (PF).

“Foram licitados 22 scanneres, e estamos na listagem. O nosso já foi comprado, só falta receber. Não dá para saber quando chega, pelo menos, já se chegou a algumas etapas. Tenho certeza que estará aqui para safra do ano que vem”, afirma, categoricamente, Erasmo Pitombeira. (SS)

CARGA FRIA

256 novas tomadas refrigeradoras de contêineres foram licitadas, mas só devem estar instaladas no Porto do Pecém para a safra de frutas do ano que vem, segundo a Cearáportos

Mucuripe quer ser um dos melhores portos em 2009

Porto do Mucuripe enfrenta problemas, como a questão do acesso, que vem sendo olhada com maior atenção e deve receber recursos federais para implantar melhorias


Localizado na enseada do Mucuripe, o Porto de Fortaleza possui ainda características antigas de um equipamento que iniciou as suas atividades há 55 anos. O atraso em muitos aspectos tecnológicos, assim como estruturais, fazem dele um porto problemático. Entretanto, segundo o presidente da Companhia Docas — responsável pela sua administração —, Sérgio Novais, o equipamento deve receber reforço com recursos do Governo Federal e espera, segundo ele, até o fim do próximo ano, ser considerado um dos melhores do Brasil. Para chegar lá, o caminho ainda é longo, muito ainda precisa ser feito. Para começar, é preciso cuidar da questão do acesso rodoviário, complicado pelo fato de o porto se colocar dentro da cidade.

“O problema realmente existe. Estamos usando como principal corredor de acesso a Via Expressa, que atravessa a cidade e sofre de congestionamentos. Entretanto, esperamos que o projeto da ponte do Rio Cocó, projeto dos governos estadual e federal, resolva o problema, abrindo acesso para as BRs e CEs”. Novaes espera que a obra esteja concluída em um ano. “Teremos uma solução em curto prazo. Já existe determinação política para isso”, afirma.

O projeto está sendo desenvolvido pela Secretaria de Infra-estrutura (Seinfra), e o edital deverá ser lançado no início do ano que vem.

“O Governo do Estado garantiu a Maestro Lisboa, a via que liga a Sabiaguaba até Washington Soares. Ali vai ser a largada. E o governo está também avaliando a possibilidade de fazer a junção com o anel viário, saindo pela ponte de Sabiaguaba e ir até o anel viário, e fazer a ligação direto com as rodovias, as CEs e BRs”, explica Novais. Já em relação ao transporte ferroviário, ele admite não ter muitas perspectivas de alteração dos problemas. O porto atualmente recebe toda a produção de combustível do Estado, cujo transporte é através da linha ferroviária.

“Estamos na expectativa do plano diretor de Fortaleza, que está sendo votado na Câmara, e, no Estado, o Plano de Desenvolvimento Portuário Integrado. Esperamos o aprimoramento do sistema viário e precisamos ver como está contemplada a questão das passagens de nível. Uma das dificuldades do trem é que a velocidade dentro da cidade é muito pequena, por causa das passagens de nível. Vamos ver se vai contemplar viaduto, se vamos ter vias expressas...”, aponta. A médio prazo, entretanto, esse transporte deverá ser transferido ao Porto do Pecém, onde serão construídos o Terminal Aquaviário do Pecém (Tecém) e o de Regaseificação do Pecém (TGAN). (SS)

Produção pode chegar a 9 mi

O projeto já mudou por várias vezes, e até agora ainda não se tem uma definição precisa. De um projeto de produção de 1,5 milhão de toneladas/ano de placas de aço, a siderúrgica cearense já prevê, agora, fabricar 9 milhões de toneladas anuais do produto, ou seja, seis vezes o que previa o projeto inicial, da antiga Ceara Steel. A informação é do diretor de Implantação e Expansão da Cearáportos, Luiz Hernani Júnior, que se envolve na elaboração dos projetos de expansão do porto que irão permitir o escoamento de toda essa fabricação.

A Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), através de sua assessoria de imprensa, confirmou ao Diário do Nordeste essa possível nova ampliação. Por conta de tantas mudanças, a estrutura de escoamento do terminal portuário precisou ser completamente repensada, e continua sendo.

A área que deverá garantir esse transporte está, agora, ainda em fase de feitura do projeto para licitação. Mas os projetos ainda ficam na patamar do “se tal modelo se confirmar”.

Isso ocorre porque os prazos e quantidade de produção inicial da CSP ainda estão em definição. Tudo depende da entrada, ou não, da japonesa JFE Steel no consórcio hoje formado pela Vale e a coreana Dongkuk Mill Co.

De acordo com a assessoria da CSP, caso a JFE se integre ao projeto, a usina iniciará sua produção, já em 2014, com 9 milhões de toneladas, em uma única fase. Já no cenário sem a empresa, serão seis milhões de toneladas em duas fases, uma em 2012 e outra em 2014.

A Secretaria de Infra-estrutura do Ceará (Seinfra) está contratando um projeto para a ampliação do píer do TMUT (Terminal de Múltiplo Uso), com a construção de novos três berços, que irão se destinar à exportação das placas. Em 2012, a CSP poderá iniciar a sua exportação por um destes berços que já deverá estar pronto. Caso fosse necessário mais espaço para escoamento, Hernani explica que a siderúrgica poderá operar “nas janelas abertas do TMUT”. Isso porque, fora o período de safra, a movimentação de contêineres no píer ficará reduzida, abrindo espaço para o envio das placas por este local. (SS)

PROJETO

1,5 milhão de toneladas de placas de aço é a produção prevista inicialmente para a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)

Porto cearense tem baixa avaliação

Os portos brasileiros, em geral, ainda estão distante de alcançar um nível de excelência. Os gargalos nestes equipamentos passam por dificuldades no acesso rodoviário, profundidade insuficiente do calado, má infra-estrutura de armazenagem, altas tarifas, entre outros obstáculos enumerados.

No Ceará, a situação não é diversa. Apesar de possuirmos um porto considerado moderno, o do Pecém, a estrutura portuária no Porto do Mucuripe ainda deixa muito a desejar, a ponto de ter sido considerado, em estudo recente, como deficiente, a pior entre as classificações utilizadas.

Ranking

A avaliação, feita pelo Centro de Estudos em Logística (CEL) — órgão pertencente ao instituto pós-graduação pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) —, colocou o porto de Fortaleza como o terceiro pior entre os 18 observados, ficando à frente apenas dos de Vitória e Salvador.

A nota, creditada por embarcadores das 500 maiores empresas exportadoras do País, ficou em 5,7, em um ranking de 0 a 10. A média nacional ficou em 6,3. De acordo com o estudo, o porto piorou exatamente entre os anos de 2005 e 2007.

De acordo com o diretor do CEL, Paulo Fleury, responsável pelo estudo, o Porto do Mucuripe encontra-se em um sério impasse estrutural: está inserido dentro da cidade de Fortaleza, um dos centros urbanos que mais crescem no País.

A conseqüência disso é que o porto encontra dificuldades no transporte terrestre, cujas mercadorias têm que enfrentar engarrafamentos e estradas em mau estado de manutenção para chegar ao destino.

´É um porto fadado a morrer, sofre constantemente com a ameaça de fechar. Quando o Pecém, que é um porto novo, crescer, o Mucuripe tende a ser substituído´, sentencia o pesquisador. Além deste problema, ele ainda ressalta o congestionamento no espaço, que não possui áreas suficientes de armazenamento de mercadorias.

Pecém

Apesar da importância que desempenha no comércio exterior no Ceará, sendo o principal ponto de escoamento das mercadorias exportadas, o Porto do Pecém não foi citado no estudo do CEL. De acordo com o professor Fleury, isso ocorreu porque, pelo fato de o terminal ser relativamente novo, apenas três das empresas pesquisadas citaram o complexo portuário, enquanto que a média de avaliações de cada porto ficou em cerca de 25 citações. (SS)

MUCURIPE E PECÉM

Terminais se complementam

Com o surgimento e ascensão do Porto do Pecém e com a complicação logística no terminal do Mucuripe, surgiu rapidamente comentários de que o novo porto abarcaria com o antigo, que seria extinto. Esse posicionamento, que é reforçado pelo diretor do Centro de Estudos em Logística (CEL), Paulo Fleury, logo foi rechaçado. Um consenso entre os administradores dos dois principais complexos portuários é de que a possibilidade da absorção da movimentação de um pelo outro é amplamente descartada.

“Uma concorrência entre os dois portos seria burra”, defende o presidente da Companhia Docas, Sérgio Novais. Segundo ele, a presença de dois portos no Estado potencializa a capacidade de investimentos virem se colocar por aqui. “O Porto do Pecém é off shore, com outras características. Já o do Mucuripe possui calado natural, sem assoreamento. Eles se complementam”, afirma.

Necessidade

Na mesma lógica pensa o diretor de Operações e Infra-estruturas da Cearáportos, Humberto Castelo Branco. “Os quatro maiores armadores que atuam no Estado operam nos dois portos, optando entre um e outro no que depende da sua linha”, informa. “O Pecém é muito industrial. O Mucuripe atenderia a outra demandas”, acrescenta Castelo Branco.

“Tem muita coisa acontecendo no Ceará, tanto no comércio, como na indústria e no turismo. Precisamos dos dois portos”, conclui.

A necessidade de se definir que papéis cada um dos portos deverá assumir fez com que se pensasse na elaboração de um plano de integração entre Mucuripe e Pecém. O governador Cid Gomes (PSB) já autorizou a licitação do plano. E a previsão, segundo afirma o presidente da Companhia Docas, Sérgio Novais, é de que o edital seja lançado ainda esse ano.

A convivência entre dois ou mais portos em um mesmo Estado é realidade em várias localidades do País.

Assim como o Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, no Nordeste, também possuem dois terminais portuários. Já a Bahia, por sua vez, possui três portos em sua costa. Descendo para as regiões Sul e Sudeste, o número se eleva ainda mais. Só os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul possuem, cada um, cinco terminais portuários. Santa Catarina, com uma costa oceânica menor que a cearense (com 450 quilômetros, enquanto que, no Ceará, são 578 quilômetros), contempla quatro equipamentos destes. (SS)

INFRA-ESTRUTURA A EMPREENDIMENTOS

Portos do CE buscam se adequar para o futuro

O transporte marítimo enfrenta entraves no País e no Estado, vai exigir reestruturação para suportar novas demandas

Os portos são indutores do desenvolvimento de uma região. A afirmação é cada vez mais aceita e levada em conta na hora de se pensar o crescimento econômico de um determinado local. E não é para menos. No Ceará, de janeiro a setembro deste ano, mais de 90% das exportações se deram pelo modal marítimo, segundo dados do Centro Internacional de Negócios (CIN). As importações, por sua vez, também seguem, em média, a mesma realidade.

O Brasil, entretanto, ainda enfrenta inúmeros entraves nesse tipo de transporte, e no Ceará não é diferente. Por aqui, ainda há um grande questionamento: o Estado estará preparado, em sua logística portuária, para receber os chamados projetos estruturantes, como siderúrgica, refinaria e a Zona de Processamento de Exportações (ZPE), que prometem revolucionar a economia local?

Influência

Apesar de todos estes projetos estarem planejados para serem implantados na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, o terminal portuário de Fortaleza, mais conhecido como Porto de Mucuripe, também será influenciado por estes empreendimentos. E, de alguma forma, já está tendo impacto.

O terminal do Mucuripe precisa se remodelar à nova realidade local, precisa definir qual será a sua participação, de forma integrada, no comércio exterior cearense, que deverá diversificar bastante a sua pauta de produtos em um horizonte de médio prazo.

Readequação

Já o Pecém precisará passar por uma forte readequação, o exigirá recursos, no mínimo, vultosos. Isso porque o terminal, apesar de ter sido concebido para receber siderúrgica e refinaria, como lembra o presidente da Cearáportos (órgão que administra o porto), Erasmo Pitombeira, já não possui estrutura para os projetos que estão desencantando.

O motivo é que, após tanto tempo de espera — o porto foi construído há mais de 10 anos —, o Pecém acabou se direcionando para outras funcionalidades, como o embarque de frutas e cargas diversas ao mercado internacional.

Mas a mudança deverá ser passo-a-passo, obedecer certas etapas lógicas. Isso porque, mesmo sem ainda contar com grandes empreendimentos que mobilizem de forma mais intensa a movimentação desses terminais, os portos cearenses já enfrentam sérios gargalos para a realidade existente, como a demanda por linhas e até tomadas para cargas frias.

Lista de entraves

Um dos maiores é relacionado à logística, problema que ataca de forma mais lancinante o Mucuripe, segundo especialistas ouvidos pela reportagem. Mas a lista se estende, passando por entraves burocráticos, estrutura insuficiente para períodos de maior demanda, áreas de armazenamento e movimentação de mercadorias, entre outros obstáculos.

Mas os responsáveis pelos dois principais equipamentos do comércio exterior cearense garantem: os portos estarão preparados para as demandas futuras que se delineiam. Para isso, esperam que a recém criada Secretaria Especial dos Portos, capitaneada pelo cearense Pedro Brito, colabore com estes planos. O trabalho, daqui para frente, será longo.